O mundo tem hoje prioridades efémeras. Permitiu-se reger ao ritmo do mediatismo e do interesse momentâneo, orquestrados pela batuta simplória de um povo cada vez mais escolarizado, mas que parece cada vez menos verdadeiramente interessado pelo seu mundo.
Olhamos para trás e vemos o indescritível movimento que, deste lado do mundo, apoiava Timor, do outro lado, aquando da sua luta pela independência. Constatamos como funcionaram as campanhas de solidariedade pelas vítimas do tsunami no sudeste asiático há uns anos atrás (lembrar-se-ão ainda dos telefonemas que se podia fazer para angariar fundos?). Assistimos, mais recentemente, com preocupação, às hesitações do regime timorense, ainda débil e pouco maduro. Sensibilizámo-nos uns quantos dias com umas notícias que nos chegavam no Darfur, no Sudão, ao mesmo tempo que refastelados no sofá íamos ouvindo da televisão que tinham morrido na noite anterior “mais uns” soldados no Iraque… ou no Afeganistão… ou em muitos outros sítios possíveis no planeta. E – também porque envolveu a nossa presidência da UE – fomos acompanhando os problemas no Zimbabué.
Quem hoje ler as notícias, há-de pensar que todos estes problemas se solucionaram e que apenas temos dois problemas: um mundial – a crise financeira – e um nacional – a Educação. E vamo-nos também entretendo com os pitorescos episódios que muitos bons actores sociais-democratas vão fazendo questão de protagonizar. Nos últimos dias, até a crise financeira passou para segundo plano, dados os incidentes em Bombaim.
Como podem as lideranças mundiais querer resolver os conflitos à escala planetária quando se regem pela volatilidade dos interesses e pelas bandeiras passageiras do povo?
Olhamos para trás e vemos o indescritível movimento que, deste lado do mundo, apoiava Timor, do outro lado, aquando da sua luta pela independência. Constatamos como funcionaram as campanhas de solidariedade pelas vítimas do tsunami no sudeste asiático há uns anos atrás (lembrar-se-ão ainda dos telefonemas que se podia fazer para angariar fundos?). Assistimos, mais recentemente, com preocupação, às hesitações do regime timorense, ainda débil e pouco maduro. Sensibilizámo-nos uns quantos dias com umas notícias que nos chegavam no Darfur, no Sudão, ao mesmo tempo que refastelados no sofá íamos ouvindo da televisão que tinham morrido na noite anterior “mais uns” soldados no Iraque… ou no Afeganistão… ou em muitos outros sítios possíveis no planeta. E – também porque envolveu a nossa presidência da UE – fomos acompanhando os problemas no Zimbabué.
Quem hoje ler as notícias, há-de pensar que todos estes problemas se solucionaram e que apenas temos dois problemas: um mundial – a crise financeira – e um nacional – a Educação. E vamo-nos também entretendo com os pitorescos episódios que muitos bons actores sociais-democratas vão fazendo questão de protagonizar. Nos últimos dias, até a crise financeira passou para segundo plano, dados os incidentes em Bombaim.
Como podem as lideranças mundiais querer resolver os conflitos à escala planetária quando se regem pela volatilidade dos interesses e pelas bandeiras passageiras do povo?
3 comentários:
Excelente tòpico !! de facto , nem todos os problemas são interessantes aos olhos do mundo e portanto acabam por ficar remetidos a pouco fundos financeiros e menos beneficiados por campanhas de apoio. Aquela África é uma mina de guerras e conhece-se, em regra , dois ou três casos problemáticos !
Regresso em grande senhor António! Relamente, hoje em dia, os interesses pessoais sobrepõem-se aos interesses comuns sendo assim díficil resolver qualquer problema global. Aquilo que não nos afecta directamente parece não ter qualquer interesse para muitos, sobretudo porque esses problemas estão demasiado distantes para nos preocuparmos. Basta para isso desligarmos a televisão e a nossa vida despreocupada continua. É a sociedade actual com preocupações quase exclusivamente individuais e, sobretudo, a curto prazo. Com um texto destes já nao te posso mandar para a China. Fazem cá falta reflexões destas...
E que reentrada, meu caro! Sempre no seu estilo peculiar. ;)
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