quarta-feira, 9 de julho de 2008

A falha de Obama

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Devo dizer, desde já, que simpatizo com o candidato democrata às presidenciais dos EUA. Mais do que aquilo que possa defender, Barack Obama vale - e muito - pela imagem que tem e que, sobretudo, passará a dar aos EUA. É símbolo de uma mudança nos EUA - não que essa mudança seja tão forte a ponto de ter um homem não-branco na presidência (o que traz previsíveis problemas à sua segurança), mas a verdade é que o mundo assiste a uma radical mudança do rosto principal da (ainda) maior potência do Mundo.
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No entanto, Obama na presidência preocupa-me um tanto no que diz respeito à política externa do seu país. Há algumas semanas disse que, uma vez eleito, gostaria de conversar com Ahmadinejhad, presidente do Irão. McCain perguntou, compreensivelmente, o que poderá ter um presidente dos EUA para conversar com um homem como Ahmadinejhad. A dúvida permanece...
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A questão agudiza-se quando se vê a tensão entre Israel e o Irão num período de "paz armada". Supondo que o conflito estala e, inevitavelmente, os EUA se colocam ao lado de Israel, o que fará Obama à sua política tão dialogante? Estará o líder do Irão disposto a receber um dos homens que, à data, poderá ter mandado bombardear o seu país para agora ouvir dizer mal do seu programa nuclear?
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Se McCain peca por ser, grosso modo, uma sequência de Bush, Obama, a ser eleito, parece-me que se tornará num flop! Julgo que as políticas que apregoa o farão entrar em contradições ou então abrir rupturas graves com o passado dos EUA, questionando uma série de alianças.
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Lufada de ar fresco é, mas parece-me crucial que o seu vice-presidente seja um verdadeiro estratega da política internacional para colmatar as falhas de Obama e para ajduar a corresponder às altas expectativas nele colocadas.
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2 comentários:

Tiago disse...

Em parte concordo consigo, apesar de não ser o meu preferido(mas também não me repele). É uma cara nova, com um discurso e estilo inovadores...parece-me que terá de "trair" essas ideias e os eleitores que o elegerem por elas ao chegar à Presidência e, como supõe, despoletar um conflito internacional. Ou manter-se fiel à sua palavra, e dar uma imagem de brandura, decerto muito favorecedora e aproveitada pelos rivais políticos internos e inimigos do exterior. Em qualquer dos casos, o ciclo de Potências Mundiais está prestes a realterar-se, é uma questão de mais ou menos década. Os EUA poderão ou não precipitar a alteração da Nova Ordem Mundial, e sair mais ou menos dignamente desse almirantado.

(Israel, Israel...será -ainda- o pesadelo do new one)
Tiago

Anónimo disse...

Sim, parece-me que Obama vai ter de se rodear mutio bem quanto à política externa, mas, como referiu ASL acho que a imagem que vai passar ao mundo é muito importante , e a meu ver sobrepõe-se às questões internacionais, que podem ser colmatadas por uma boa equipa de conselheiros... Ao fim ao cabo, isso acontece sempre com algumas áreas da governação com qualquer político !! Talvez o calcanhar de Aquiles de Obama seja a política externa ...