sábado, 14 de fevereiro de 2009

Um bom exemplo de projectos


Acabo de vir da Quinta das Conchas (no Lumiar, em Lisboa) e é fantástico ver o excelente investimento que a reabilitação daquele parque foi. Todos os fins-de-semana a Quinta das Conchas enche-se de pais que levam os seus filhos a passear ou a andar de bicicleta, grupos que se juntam para jogar futebol, famílias e amigos que se encontram para tomar café e para apanhar um bocado de ar.
Durante a semana, muitas pessoas aproveitam aquele espaço para fazer jogging matinal (ou vespertino, por vezes), e outras tantas desfrutam daquele espaço durante longas tardes.
Trabalho meritório - faça-se justiça - de Pedro Santana Lopes enquanto presidente da Câmara de Lisboa (apesar de ter sido inaugurada por Carmona Rodrigues). Este tipo de projectos são essenciais para entregar a cidade às pessoas e para gerar qualidade de vida.

Os pré-conceitos da sociedade

Escrevia João Pereira Coutinho há uns dias:
"Há cem ou duzentos anos, a vida dependia do berço, da posição social e da fortuna familiar. Hoje, não. A criança nasce, não numa família mas numa pista de atletismo, com as barreiras da praxe, jardim-escola aos três, natação aos quatro, lições de piano aos cinco, escola aos seis, e um exército de professores, explicadores, educadores e psicólogos, como se a criança fosse um potro de competição. Eis a ideologia criminosa que se instalou definitivamente nas sociedades modernas, a vida não é para ser vivida - mas construída com sucessos pessoais e profissionais, uns atrás dos outros, em progressão geométrica para o infinito. É preciso o emprego de sonho, a casa de sonho, o maridinho de sonho, os amigos de sonho, as férias de sonho, os restaurantes de sonho."

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Aborto: dois anos depois

Pudesse eu votar há exactamente dois anos, e teria votado Não. Hoje, mais convictamente ainda o faria. Por questões de forma e de conteúdo.
1. Para mim, a regra é clara: aborto nunca! Como para qualquer regra, há excepções. Que excepções deverão então existir? Situações absolutamente graves a ponto de... serem justamente excepções! Ou seja: violação, grave deformação do feto ou risco de vida da mulher. Ponto!
2. A linha de pensamento vigente é a de que a mulher está no seu direito de dispôr do seu corpo. A mulher é dona do seu corpo. Acho isso tudo muito bem... mas pergunto: o que é que isso tem que ver com a questão do aborto? A criança é porventura algum órgão extra de carácter temporário e que ao fim de 9 meses é expelido do organismo da mulher? O feto tem um código genético diferente, é uma pessoa diferente, é algo distinto da mãe! Custa-me que nem isto seja consensual: o feto é uma criança que está dentro da barriga da mãe, e não uma parte da barriga da mãe!
3. Este tempo da nova lei do aborto tem deixado claro que, infelizmente, o aborto hoje é um método contraceptivo. É uma pílula do dia seguinte. E é-o por via da mentalidade de hoje – o álcool ou "a idade" são justificações comummente válidas para ter relações sexuais sem métodos contraceptivos. "Ah, foi do momento!", "Ah, na altura não dava!", "Ah, no calor do momento não nos lembrámos!"... E como são novinhos, têm a escola para acabar, é lugar comum considerar-se não que se vai tirar uma vida, mas sim que se vai garantir dois futuros brilhantes e cheios de sucesso (ou não, mas para o caso é irrelevante…). Conclusão: estranhamente (ou não), o aborto não é posto em função da criança! Numa sociedade que se afirma como querendo defender os mais fracos, os mais indefesos, etc. e tal, a pessoa mais vulnerável neste processo é aquela que por força da lei e da vontade popular é remetida para segundo plano!
4. Querem fazer sexo? À vontade! Mas meus amigos: se se consideram suficientemente maduros para terem relações sexuais, serão também maduros para saberem que há responsabilidades. Máxima liberdade, máxima responsabilidade!
5. Esta lei seria viável (e, ainda assim, dela discordaria por uma questão de princípio mas não de consequências práticas) numa sociedade em que as decisões fossem sempre iluminadas pelo bom senso. Mas a própria prática nega isso mesmo, portanto, ainda que reconheça que a anterior lei não fosse perfeita, parece-me que era claramente preferível à actual.
6. Dizia o Sim que era chocante apelidar de criminosa uma mulher que abortasse fora das circunstâncias previstas anteriormente na lei. E votar Sim não foi dizer que serão criminosas todas aquelas que abortarem depois das 10 semanas, como de resto recentemente aconteceu numa clínica ilegal?
7. Realizou-se este referendo devido a preocupações sociais. Ora, se a opção da despenalização do aborto não visa simplesmente recorrer a um meio mais facilitista, pergunto: que tem o Estado feito, p.e., pelas adolescentes grávidas que tentam não abortar? É que na verdade já desde 98 que os movimentos pelo Não andam em trabalho de campo, no dia-a-dia, em associações que acolhem crianças ou que apoiam jovens grávidas, mas ao Sim só vejo mexer-se em 98 e em 2007 para organizar campanhas.
8. Importa ainda enquadrar no tempo a realização do referendo: o Governo dito socialista, que na sua governação estava a ser tudo menos socialista, tinha de satisfazer os desejos da esquerda. Este referendo para mim - e pela atenção que tem sido dada (ou não) ao aborto desde então - não foi mais do que um rebuçado que Sócrates deu ao eleitorado da esquerda descontente com o seu Governo. Ou seja: fazerem-me de parvo, não, obrigado!

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Seis referências

O Zé Maria lançou-me um desafio no Toques de Deus que consta em revelar seis coisas sobre mim. Acho que se enquadra muito bem no aniversário do Bazar, para que os leitores que não me conhecem tenham a possibilidade de saber mais qualquer coisa do que as minhas posições sobre uns quantos assuntos.
Para falar de mim, decidi escolher seis pessoas que constituem uma referência para mim por aquilo que explico.
  • João Paulo II: pela imensa inteligência em saber chegar às pessoas da melhor forma e em saber conquistar aqueles que seriam "inconquistáveis"
  • Barack Obama: pela capacidade de mobilização, de chamar as pessoas para algo (a política) de que estavam afastadas e sublinhar o papel fundamental que elas têm na sociedade
  • São Francisco Xavier: pelo inconformismo e por, ainda que tendo um certo tipo de vida garantido, ousar arriscar por amor a Deus
  • O meu avô paterno: pelo exemplo de liderança e pela força contagiante
  • Santo Inácio de Loyola: pela sua superior inteligência em criar algo tão fantástico como os Exercícios Espirituais
  • Luís de Camões: pela sua genialidade literária e pelo seu patriotismo.

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

Na sequência deste primeiro aniversário, cumpre-se fazer uma avaliação do melhor e do pior do blogue. Assim, inaugurei um espaço de sondagem que procura perceber quais são os principais interesses dos visitantes do Bazar, para que procure, sempre que ache oportuno e me seja possível, ir ao encontro das suas preferências - sem prejuízo da liberdade e da vontade que os bloggers têm :).
Destaco ainda o logotipo oficial do aniversário - incluído no header - criado pela simpatia e pelos dotes artísticos do Zé Maria CR, a quem desde já se agradece.
P.S.: Quem quiser, utilize a caixa de comentários para deixar críticas ou sugestões em relação ao blogue.

Um ano!

Hoje, o Bazar faz um ano de vida!
Fruto desta experiência, de certo modo fui-me obrigando a escrever em situações em que, se não houvesse blogue, não escreveria em lado nenhum. Vejo uma certa noção de responsabilidade perante os leitores, que esperarão um mínimo de regularidade e posts minimamente ponderados e reflectidos.
Destaco as muitíssimo saudáveis experiências de debates acesos, os posts que me deram um gozo especial escrever dada a emoção a que aqueles temas me apelam, e o conhecimento que fui travando de outros blogues e bloggers.
Prometi à minha amiga Nônô, do Fiat, eterno companheiro destas andanças, que um dia criaria os Bazar Fidelity Awards, premiando os leitores/comentadores mais regulares e fiéis a este blogue. Por motivos de agenda, o programa das comemorações deste primeiro aniversário não foi tão planeado quanto eu gostaria, mas - para já - fica o muito obrigado a todos aqueles não só que deixam os seus comentários aqui, mas também aos que não expressando a sua opinião, não deixam de - numa pausa de estudo, de trabalho, whatever - dar um salto ao Bazar Diplomático ler os meus desabafos políticos e as minhas pequeníssimas partilhas de oração.

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

Que prioridades?

Impressiona-me ver o gap que se tem acentuado entre as altas instituições da Igreja (repito: altas instituições da Igreja) e as pessoas.
O mundo vive momentos difíceis e sinto que a imagem que a Igreja passa sobretudo para os não-crentes - uma vez que os católicos, pedras constituintes da própria Igreja, conhecem melhor o trabalho que esta desenvolve no terreno, no dia-a-dia - não é a melhor. Vejo um Papa com prioridades não coincidentes com as do mundo e que não vão ao encontro dos problemas dos homens. O ponto nem é a radicalização das suas posições em certos aspectos, mas sim o reduzido envolvimento nas grandes questões mundiais.
De Bento XVI exigir-se-ia a criação de um movimento que pensasse a actual crise financeira, que pusesse a Igreja a trabalhar em linhas condutoras, como fizeram João XXIII na Mater et Magistra, Paulo VI na Gaudium et Spes e na Populorum Progressio ou João Paulo II em infindáveis intervenções. Da Igreja não se exigem soluções para a crise, mas espera-se não só palavras de esperança no mundo mas também uma noção de acompanhamento da situação e de uma postura pró-activa.
Os princípios de defesa da vida já o mundo conhece. Aquilo que as pessoas precisam de ver é um Papa a visitar as sociedades ocidentais capitalistas em queda, e aí, junto delas, oferecer o seu apoio e o da Igreja; visitar um Médio Oriente que vive em sobressaltos dia após dia; ir a uma Ásia onde a Igreja entra com dificuldade. A Igreja não pode bipolarizar a sua acção no discurso da vida humana e no apoio aos países subdesenvolvidos. Na linha de João Paulo II, penso que deve enquadrar-se na sociedade moderna e virar-se para os problemas que a atingem, como até já fez Paulo VI na carta apostólica Octogesima Adveniens, onde alertava para os problemas sociais gerados pelo progresso científico, para a urbanização, para os media e para o ambiente.
João Paulo II ganhou o respeito que ganhou porque conquistou o mundo ao falar a mesma linguagem, viver os mesmos problemas e trabalhar ao lado dos homens. E é isso que o mundo espera (das altas instituições) da Igreja.

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Jesus no século XXI

Jesus Cristo versão jeans-rotos-no-joelho-e-um-skate-debaixo-do-braço (por AC)

Já me estou a irritar com o excessivo número de posts só com links que tenho publicado aqui, mas não posso deixar de mostrar este post fantástico que o AC da Corneta do Diabo - agora adicionado à lista de "Outros postos" - fez.
Os mais cépticos não se assustem com o título, porque garanto que é um post com piada, muitíssimo pertinente, com pontos muito interessantes... e com uns desenhos engraçadíssimos!

domingo, 1 de fevereiro de 2009