sábado, 30 de agosto de 2008

Novo-riquismo II

Há coisas que não se importam...

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É particularmente entusiasmante chegar a Lisboa ao final do dia e ter a belíssima vista da ponte 25 de Abril e de todo o desenho arquitectónico da capital, contornado com as luzes entretanto acesas. Penso que Lisboa é das cidades que oferece uma melhor vista quando estamos a aterrar.
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Mas fico sobretudo satisfeito por ver que aquela apregoada abissal diferença que existia há uns largos anos entre Lisboa e outras capitais (ou nem isso) europeias está de certo modo colmatada. Lisboa é uma verdadeira capital europeia. Fruto da globalização, tudo – ou quase tudo – o que se vende noutras cidades também se vende em Lisboa (e noutras cidades do País, mas prefiro falar daquilo que conheço melhor); as variadíssimas técnicas utilizadas para as mais diferentes tarefas também já estão internacionalizadas, e tudo isto nos coloca em pé de igualdade.
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O que nos difere, então? Diria que é o aproveitamento dos recursos naturais e patrimoniais. Sem dúvida que dado o nosso clima bem poderíamos potenciar mais as nossas esplanadas, os nossos espaços ao ar livre, dinamizando-os através da reabilitação de certas lojas e de edifícios, tornando-os pontos de interesse e de atracção.
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Haverá por certo muito a melhorar para que estejamos ao nível de certas cidades, mas isso é algo possível: é uma questão de adoptarmos algumas técnicas estrangeiras… Só tenho as minhas dúvidas sobre se os outros países vão conseguir adoptar a simpatia lusa ou o nosso clima fenomenal!
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sexta-feira, 29 de agosto de 2008

Campanha ao rubro

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Estamos a pouco mais de 2 meses das eleições presidenciais nos EUA e as estratégias do xadrez político já se vão mexendo com maior perícia.
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John McCain resolveu esperar pelo anúncio do vice-presidente de Obama para anunciar o seu número dois. Ao que se vê, fez muito bem.
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A Obama faltava uma maior imagem de experiência e de conhecimento, que foi buscar a Joe Biden, 65 anos, presidente do Comité de Relações Externas do Senado e um homem forte de Washington (o que, por si só, já muda um pouco a ideia inicial que Obama encarnava, de homem desvinculado do "aparelho").
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McCain talvez pecasse pela idade a mais (faz hoje 72 anos) e por fugir ao conservadorismo tradicional dos Republicanos. Com Sarah Palin, de 44 anos, governadora do Alaska, tem como candidata a vice-presidente uma mulher que pertence à ala mais conservadora dos Republicanos.
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Julgo que nesta fase McCain se soube sobressair: para além de colmatar falhas, "piscou o olho" às mulheres americanas (52% do eleitorado), que, insatisfeitas por não verem Hillary Clinton no ticket Democrata, poderão "refugiar-se" em Sarah Palin, ou seja, nos Republicanos.
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Ao contrário do que muito se diz e escreve, Obama não se encontra numa posição de clara vantagem sobre John McCain. De facto, aquilo que se regista é um empate técnico entre ambos, e a campanha, com estes últimos desenvolvimentos, promete ir aumentando o ritmo...
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segunda-feira, 18 de agosto de 2008

Espalhar votos...

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O primeiro-ministro não podia receber melhor notícia ao regressar de férias: a possibilidade apresentada por Alberto João Jardim em formar um novo partido político - o Partido Social Federalista..

quinta-feira, 14 de agosto de 2008

Pedra filosofal

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Como já se fez aqui no Bazar, uma vez mais apresentamos um poema de um autor Português, com o devido acompanhamento musical... Respectivamente António Gedeão e Carlos do Carmo...
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Eles não sabem que o sonho
é uma constante da vida
tão concreta e definida
como outra coisa qualquer,
como esta pedra cinzenta
em que me sento e descanso,
como este ribeiro manso
em serenos sobressaltos,
como estes pinheiros altos
que em verde e oiro se agitam,
como estas aves que gritam
em bebedeiras de azul.
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eles não sabem que o sonho
é vinho, é espuma, é fermento,
bichinho álacre e sedento,
de focinho pontiagudo,
que fossa através de tudo
num perpétuo movimento.
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Eles não sabem que o sonho
é tela, é cor, é pincel,
base, fuste, capitel,
arco em ogiva, vitral,
pináculo de catedral,
contraponto, sinfonia,
máscara grega, magia,
que é retorta de alquimista,
mapa do mundo distante,
rosa-dos-ventos, Infante,
caravela quinhentista,
que é cabo da Boa Esperança,
ouro, canela, marfim,
florete de espadachim,
bastidor, passo de dança,
Colombina e Arlequim,
passarola voadora,
pára-raios, locomotiva,
barco de proa festiva,
alto-forno, geradora,
cisão do átomo, radar,
ultra-som, televisão,
desembarque em foguetão
na superfície lunar.
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Eles não sabem, nem sonham,
que o sonho comanda a vida,
que sempre que um homem sonha
o mundo pula e avança
como bola colorida
entre as mãos de uma criança.
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terça-feira, 12 de agosto de 2008

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"Eu poderia suportar, embora não sem dor, que tivessem morrido todos os meus amores, mas enlouqueceria se morressem todos os meus amigos! A alguns deles não procuro, basta-me saber que eles existem. Esta mera condição me encoraja a seguir em frente pela vida... mas é delicioso que eu saiba e sinta que os adoro, embora não declare e não os procure sempre..."
. Vinicius de Moraes
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domingo, 10 de agosto de 2008

Vivam os trabalhadores!

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O "novo riquismo"

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É triste e lamentável quando as pessoas têm uma necessidade ávida de mostrar o dinheiro que têm. Pior é quando, por terem aquilo que têm, se acham no direito de dizer o que querem e bem lhes apetece, colocando-se a si mesmo em cima de um pedestal e enchendo-se de dignidade.
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José Berardo, de seu nome artístico Joe, é um vivo exemplo disto mesmo. Não pude deixar de ficar escandalizado ao ler no Expresso deste fim-de-semana algumas das citações que aquele senhor fez a respeito do ex-presidente do Millennium BCP, Eng. Jardim Gonçalves.
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Bem sei que Berardo tem uma importantíssima colecção de arte, que muito atrai estrangeiros, mas a par dessa colecção tem ainda uma outra de intervenções públicas de baixíssimo nível.
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Joe Berardo disse, em Julho do ano passado, na SIC Notícias, que "ele [o Eng. Jardim Gonçalves] já tem setenta e tal anos de idade. Fique em casa, a cuidar das galinhas ou não sei quê. O tempo dele já passou."
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Deus queira que o tempo e a moda de Joe Berardo nem cheguem a este País!
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quarta-feira, 6 de agosto de 2008

A comunicação do ex-Presidente

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Quando Mário Soares abre a boca para criticar Cavaco Silva no que diz respeito ao timing e à forma da sua intervenção e vem despejar o rol infindável de problemas que o País enfrenta (e que deveriam ser o mote da comunicação do Presidente), então devo assumir que as críticas mais se dirigem a São Bento do que a Belém.
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sábado, 2 de agosto de 2008

We're roaming...


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Roaming... lá está uma fronteira que a UE poderia derrubar...
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sexta-feira, 1 de agosto de 2008

A comunicação do Presidente

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Ontem, a Presidência da República deixou o País em suspenso com o comunicado que Cavaco Silva faria à Nação na abertura dos telejornais. Confesso que algumas vezes ao longo do dia me fui lembrando de que às 20h deveria ter uma televisão ao pé de mim, uma vez que a curiosidade com o assunto abordado era grande.
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A única informação de que se dispunha era a de que o Presidente só interromperia as suas férias se fosse para comunicar algo da maior relevância, obviamente. Assim, das duas uma: ou Cavaco Silva ia lançar uma verdadeira bomba (o que seria muito estranho, já que, numa situação destas, o previsível seria provocar uma ligeira fuga de informação para que um dado órgão de comunicação social fosse veiculando como forte uma certa possibilidade) ou então nos últimos dias aconteceu algo da maior relevância para o País que justificava uma posição clara do PR (o que também seria muito estranho porque não me constava de nada de especial tivesse acontecido).
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Aguardava, assim, ansioso pela comunicação!
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Quando oiço, às 20h, Cavaco Silva dirigir-se aos Portugueses após todo aquele suspense para falar sobre o Estatuto Político-Administrativo da R. A. Açores, devo dizer que me senti desiludido. Muito se tem escrito e dito sobre o disparate e o "desrespeito" da Presidência pela opinião pública ao sobrevalorizar esta questão.
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Assim sendo, das duas uma: ou se temia que não fosse dada a importância devida à questão (que, não obstante, é relevante), optando-se assim por a sobrevalorizar, ou então está aqui uma jogada política que trará os seus frutos num futuro próximo...
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