terça-feira, 30 de dezembro de 2008

Então e agora?

If somebody was sending rockets into my house where my two daughters sleep at night, I’m going to do everything in my power to stop that. And I would expect Israelis to do the same thing.
Barack Obama (Julho 2008)

domingo, 28 de dezembro de 2008

Israel e o Mundo

A situção é catastrófica e o cenário já é asfixiante para o mundo inteiro. O conflito israelo-palestiniano está longe de ter um fim à vista e o mundo (sobretudo os israelitas e palestinianos) aguardam que a nova Administração norte-americana imprima um novo rumo às negociações diplomáticas naquela região.
Parece-me legítimo que qualquer decisão sobre este caso deva contar com a opinião dos EUA, mas convém não esquecer que os EUA são um país independente e não uma organização humanitária - os EUA lutam pelos seus próprios interesses, como de resto qualquer país faz. Ou seja, se há mediador que deve haver para este conflito será o Secretário-Geral da ONU - caso contrário de pouco ou nada serve esta gigantesca organização.
De uma instituição mundial que visa lutar pela paz nada se ouviu em relação aos recentes incidentes na Faixa de Gaza - salvo um apelo à calma e à paz (mais próprios de um orientador espiritual, do que de um dirigente político). Vou ficando com a sensação de que para os políticos mundiais este conflito é algo intemporal e sem fim. Que, para eles, tudo aquilo que possam fazer não trará os resultados desejados e o máximo que podem conseguir será um cessar-fogo durante um período de tempo mais ou menos longo.
Da Administração norte-americana to be também nada se ouve sobre os recentes desenvolvimentos (ou recuos). Certo é que o que foi dito por Obama sobre a sua putativa política dialogante com o Irão constitui um imbróglio: perante as fortes respostas de Israel ao Hamas, já o ayatollah do Irão apelou a que todos os muçulmanos se revoltassem.
Espera-se que o enfoque que Obama e Clinton darão ao Afeganistão - não obstante a importância que este país merece - não renegue para um plano secundário o conflito israelo-árabe.

quinta-feira, 25 de dezembro de 2008

Curiosidades do Natal II

Qual a origem da árvore de Natal?
A tradição da árvore de Natal é de origem germânica e data do tempo de S. Bonifácio. Foi adoptada para substituir os sacrifícios do carvalho sagrado ao deus pagão Odin, festejando-se uma árvore em homenagem ao Deus Menino. A árvore aparece muito na Sagrada Escritura como símbolo da vida e da perenidade. Foi trazida para Portugal no século XIX pelo rei consorte de D. Maria II, D. Fernando de Saxe-Coburgo-Gotha.
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De onde vem o nome da Missa do Galo?
Antigamente, nalgumas aldeias espanholas e portuguesas, era costume levar-se um galo vivo para a Igreja para que ele cantasse na missa da meia noite. Se cantasse, era sinal de bom ano de colheitas.
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Qual a história do Pai Natal?
No século IV, Nicolau, bispo de Mira, tinha o hábito de distribuir presentes entre os pobres, mas não gostava que lhe agradecessem. A fama correu o mundo e, mesmo depois da sua morte, as crianças holandesas acostumaram-se a colocar os sapatos à porta de casa, esperando a visita de S. Nicolau. Faziam-no na noite de 5 para 6 de Dezembro. Mais tarde, o costume passou para outros países que, em vez de festejarem S. Nicolau a 6 de Dezembro, mudaram a data para a noite de Natal e passaram a chamar Pai Natal àquele que ia levar os presentes. Tudo o resto é invenção da Coca Cola.
Adaptado de um folheto distribuído pela paróquia de S. João Baptista (Lumiar)

quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

Feliz Natal!

Curiosidades do Natal I

Porquê 25 de Dezembro?

Como no mistério de Cristo o mais importante é a Páscoa, a Igreja de então pouco se preocupou com a data do nascimento de Jesus. Segundo a opinião mais corrente a escolha desta data foi para dar sentido cristão a uma festa pagã. Em 274, o Imperador Aureliano oficializou o culto ao sol invicto, mandou construir um templo e fixou a sua festa a 25 de Dezembro que, segundo a astronomia do tempo, era considerada a data do solstício do Inverno. Depois dos cristãos terem liberdade de culto, passaram a festejar esta data como o nascimento de Jesus, o Sol de Justiça, a Luz do Mundo.

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Qual a história do Presépio?

Há quem diga que as primeiras representações do presépio já vêm do século IV mas foi em 1223 que algo de extraordinário se passou e que passou a divulgar-se por todo o mundo: Francisco de Assis mandou preparar uma manjedoura cheia de feno e colocou perto dela um boi e um jumento. Sobre a manjedoura foi posto um altar para se cantar a missa da meia noite. O santo assistiu como diácono. Pela consagração do pão e do vinho, Jesus esteve presente naquele altar-manjedoura. Um dos assistentes teve a visão de que na manjedoura dormia uma criança e de que S. Francisco se aproximou dela para a acordar.
Adaptado de um folheto distribuído pela paróquia de S. João Baptista (Lumiar)

terça-feira, 23 de dezembro de 2008

Porque Ele nasce em nós

Há exactamente um ano terminei uma experiência de oração de 3 dias. Foi talvez das melhores preparações para estar em cheio para receber o nascimento de Jesus. Um ano depois, neste momento, aquilo que mais retenho daquela experiência é a Alegria - que me foi sendo posta à frente diariamente de mil e uma maneiras naquele fim-de-semana.

segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

"Para acender a chama revolucionária que há em ti"

Numa troca de presentes entre amigos, tive a felicidade de receber um magnífico presente: Les Slogans de 68, de Jean-Philippe Legois.
O livro fala, naturalmente, do Maio de 68, e vem recheado de palavras de ordem da época, símbolo do calor revolucionário e do pendor sonhador que inevitavelmente lhe subjaz.
Perante tão amigável provocaçãozinha, não podia deixar de transcrever uns pares de citações:
- Soyons à la mesure de nos rêves.
- L’action ne doit pás être une réaction mais une création.
- Penser ensemble, non! Pousser ensemble, oui!
- Soyez realistes, demandez l’impossible!
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Nota: Este post vai acompanhado com um beijinho a quem de direito, pelo dia de hoje!

sábado, 20 de dezembro de 2008

Ganhar balanço

"Os que esperam no Senhor renovam as suas forças, formam asas como as águias.
Correm sem se fatigarem, caminham sem se cansarem."
Livro de Isaías

Testes

[Às vezes assusta como o ser humano se aproxima dos animais quando parece ser excessivamente institivo. Parece que olvida a sua componente racional, as little grey cells de que dispõe e a capacidade de maturação e ponderação que lhe foram atribuídas. E assusta sobretudo quando o instito nos faz esquecer de que dispomos dessas capacidades.
E assusta também (dado o desafio que é) sermos questionados sobre os nossos limites e a nossa resistência aos tais instintos.
Whatever.]

sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

Chuva


("Chuva" por Mariza)

As coisas vulgares que há na vida
Não deixam saudades
Só as lembranças que doem
Ou fazem sorrir

Há gente que fica na história
da história da gente
e outras de quem nem o nome
lembramos ouvir

São emoções que dão vida
à saudade que trago
Aquelas que tive contigo
e acabei por perder

Há dias que marcam a alma
e a vida da gente
e aquele em que tu me deixaste
não posso esquecer

A chuva molhava-me o rosto
Gelado e cansado
As ruas que a cidade tinha
Já eu percorrera

Ai... meu choro de moça perdida
gritava à cidade
que o fogo do amor sob chuva
há instantes morrera

A chuva ouviu e calou
meu segredo à cidade
E eis que ela bate no vidro
Trazendo a saudade

quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

De volta ao palco...

Das duas uma: ou Santana Lopes ainda tem um peso no PSD tal que consegue condicionar as decisões da uma comissão política nacional que jamais o apoiaria, ou então mordeu o isco dos seus adversários, que procuram vaticinar-lhe definitivamente o seu fim político. Mas a fénix renasce das cinzas...

sábado, 13 de dezembro de 2008

Cliché (mas não menos verdade)

O Natal já se instalou há umas boas semanas.

Competentes, as pessoas levam a sério a sua função de cumprimento de (quase) todas as exigências natalícias dos seus amigos, familiares, conhecidos, pessoas-com-quem-mal-se-fala-mas-a-quem-é-simpático-oferecer-um-presente.
Organizadas, vão assinalando com um V os presentes já comprados e assim diminuindo a sua lista de afazeres.
Empenhadas, as pessoas passarão uns largos pares de dias enclausuradas em centros comerciais.
Generosas, fecharão os olhos à crise e aos investimentos familiares que não farão no próximo ano - de recessão - para contemplar cada singularidade que conheçam com um regalo natalício.
Felizes, dia 25 (ou dia 24, porque o dia de Natal é cada vez mais na sua própria véspera, e de preferência antes da meia-noite porque os petizes não se querem ir deitar sem antes receber os presentes) as pessoas abrirão os presentes prévia e criteriosiamente escolhidos por si mesmas.
Eis o Natal! De facto, vê-se mesmo que estamos no Advento! Já toda a gente se prepara para o Natal...

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Eu posso escolher

"Hoje levantei-me cedo a pensar no que tenho de fazer antes que o relógio marque meia noite.
É minha função escolher que tipo de dia vou ter hoje.
Posso reclamar porque está a chover ou agradecer às águas por lavarem a poluição.
Posso reclamar sobre a minha saúde ou dar graças por estar vivo.
Posso queixar-me dos meus pais por não me terem dado tudo o que eu queria ou posso ser grato por ter nascido.
Posso reclamar por ter que ir trabalhar ou agradecer por ter um trabalho.
Posso sentir tédio com o trabalho doméstico ou agradecer a Deus pela oportunidade da experiência.
Posso lamentar decepções com amigos ou me entusiasmar com a possibilidade de fazer novas amizades.
Se as coisas não sairam como planeei, posso gastar os minutos a lamentar-me ou ficar feliz por ter o dia de hoje para recomeçar.
O dia está à minha frente, à espera de ser vivido da maneira que eu quiser.
E aqui estou eu, o escultor que pode dar forma às ideias e utilidade às horas.
Tudo depende só de mim."
Charlie Chaplin

sábado, 6 de dezembro de 2008

"Graças a Deus", diz Jerónimo

Parece que a História se inverteu, e afinal quem ficou fechado (por livre vontade) na praça do Campo Pequeno foram os próprios comunistas, durante um fim-de-semana inteiro! A única diferença é que não foram chacinados, como outrora estes haviam sugerido em relação à Direita Portuguesa em idos tempos.
Para além de se constatar que mais retrógados do que uma certa Direita do nosso País só mesmo os fidelíssimos comunistas ortodoxos, um dos assuntos muito abordados naquele congresso foi, como se sabe, a relação com o Bloco de Esquerda. A propósito deste partido, Jacinto Lucas Pires escreveu: "O que o BE escolhe é, portanto, manter-se enquanto partido-que-não-é-bem-um-partido, eterna "ovelha negra" do sistema (e microfone para os protestos com e sem razão), plataforma para todas as "ideias sem gravata"... (...) Querendo ser para sempre o partido "adolescente", o partido "rebelde", o "contra-partido", o BE revela-se afinal como um tremendo peso conservador." E termina com a pergunta: "Para quê escolher quem nunca está do lado da solução?".
Agora é vê-los - a todos - na abertura da temporada do Campo Pequeno de 2009! :)

sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

Humanidade clínica

O neuropediatra Nuno Lobo Antunes publicou recentemente um livro chamado Sinto Muito, onde relata muitas das experiências que viveu enquanto médico. Ou, melhor dizendo, experiências que viveu enquanto homem, e que foram postas no seu caminho em virtude de ser médico.
O livro não aborda a componente clínica que subjaz a qualquer uma das doenças ali em causa, mas sim a perspectiva humana em momentos de dor - para o doente e para a sua família.
Para além disso, o tipo de escrita e a sua estrutura - pequenas histórias de 2/3 páginas - tornam o livro de leitura muito acessível.
A entrevista do Dr. Nuno Lobo Antunes à RTP a propósito deste livro pode ser vista aqui.

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

O início do flop

Não fui o primeiro nem o último a dizer que Obama facilmente desiludiria uma considerável parte do seu eleitorado. Falo daqueles que viam Obama como o arauto da paz do mundo, como se o cargo do Presidente dos EUA fosse o de Secretário-Geral da ONU, e como se as pessoas que Obama representasse fossem todos os cidadãos do mundo e não apenas os americanos (aqueles que, ao fim ao cabo, lhe poderão assegurar a reeleição).
Ontem foi oficializada a escolha do presidente eleito para sua Secretária de Estado - como já se falava há semanas, Hillary Clinton. Ora, o homem que defendia uma conversa serena com Ahmadinejad tem como chefe da diplomacia uma senhora que afirmou, aquando das primárias do Partido Democrata, que se fosse Presidente entraria em guerra com o Irão. De facto, Hillary Clinton não é presidente, mas presumo que as posições que ambos têm em relação a vários assuntos de política externa não serão exactamente coincidentes.
Por outro lado, Obama vai ver, na minha opinião, as decisões fulcrais da condução da política externa abandonarem a Casa Branca, e irem passando progressivamente para o Departamento de Estado e, em última instância, para a Fundação de Bill Clinton. Sim! Corre-se o "risco" de Bill Clinton ser um lobbista senior desta Administração, mediante pressões que lhe sejam feitas por políticos internacionais seus conhecidos.
Se Obama já ia ficar um pouco ofuscado em termos de política externa pelo seu vice-presidente, Hillary Clinton como Secretária de Estado só vai limitar ainda mais a sua visibilidade e o seu poder de facto na área internacional. É ela que conhece os líderes, é ela que tem a garantia de que seria um erro para Obama demiti-la (por qualquer eventualidade). É ela que tem de facto poder.
Os obamaníacos estranharão ainda que o Presidente eleito se tenha comprometido ontem "a investir e fazer crescer as forças armadas americanas, para que elas permaneçam “as mais fortes do planeta”".
Naturalmente que Obama teria de se render às inevitabilidades da realidade e ir abandonando o mundo de sonhos que ia sendo apregoado. E ainda bem que o faz! São essas as suas funções, e isso só deve tranquilizar o mundo. Mas nem todos votaram nele pensando assim...
David J. Rothkopf, ex-assessor do governo de Clinton, avaliava há umas semanas as escolhas de Obama dizendo que "esse é o modelo violino: segurar o poder com a mão esquerda e tocar a música com a direita".
Vamos ver quem vai na sua música...

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

As prioridades do mundo

O mundo tem hoje prioridades efémeras. Permitiu-se reger ao ritmo do mediatismo e do interesse momentâneo, orquestrados pela batuta simplória de um povo cada vez mais escolarizado, mas que parece cada vez menos verdadeiramente interessado pelo seu mundo.

Olhamos para trás e vemos o indescritível movimento que, deste lado do mundo, apoiava Timor, do outro lado, aquando da sua luta pela independência. Constatamos como funcionaram as campanhas de solidariedade pelas vítimas do tsunami no sudeste asiático há uns anos atrás (lembrar-se-ão ainda dos telefonemas que se podia fazer para angariar fundos?). Assistimos, mais recentemente, com preocupação, às hesitações do regime timorense, ainda débil e pouco maduro. Sensibilizámo-nos uns quantos dias com umas notícias que nos chegavam no Darfur, no Sudão, ao mesmo tempo que refastelados no sofá íamos ouvindo da televisão que tinham morrido na noite anterior “mais uns” soldados no Iraque… ou no Afeganistão… ou em muitos outros sítios possíveis no planeta. E – também porque envolveu a nossa presidência da UE – fomos acompanhando os problemas no Zimbabué.

Quem hoje ler as notícias, há-de pensar que todos estes problemas se solucionaram e que apenas temos dois problemas: um mundial – a crise financeira – e um nacional – a Educação. E vamo-nos também entretendo com os pitorescos episódios que muitos bons actores sociais-democratas vão fazendo questão de protagonizar. Nos últimos dias, até a crise financeira passou para segundo plano, dados os incidentes em Bombaim.

Como podem as lideranças mundiais querer resolver os conflitos à escala planetária quando se regem pela volatilidade dos interesses e pelas bandeiras passageiras do povo?