Permito-me não me debruçar sobre aquelas que entendo serem as prioridades para a política externa do Estado do Vaticano, avaliando objectivamente a estadia de Bento XVI em África. Parece-me que a visita foi globalmente positiva.
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Claro que assim que o Papa satisfez o desejo ardente dos jornalistas e falou dos métodos contraceptivos, mediaticamente a viagem ficou arruinada. Pouco interessou às pessoas que Bento XVI tivesse sido a única personalidade política (sim, lembremo-nos de que o Papa é chefe de Estado) dos últimos anos (décadas?) a denunciar em África, à frente dos estrategas e das cabeças daqueles regimes, a injustiça, as desigualdades e a corrupção existentes naquele continente. Claro que isto passou ao lado da opinião pública, e, de forma geral, a visita do Papa a África resumiu-se àquelas declarações sobre o preservativo.
Incompetência dos media, que não fizeram uma cobertura profissional da visita; e pouca perspicácia do Papa, que foi repetir algo que já todos sabiam e que previsivelmente iria condenar o périplo.