segunda-feira, 18 de maio de 2009

(um pequeno parêntesis)

Este é o típico post que nunca pensei que tivesse de escrever porque até soa a presunção e a moralismo. Mas convenhamos: quando eu vou a casa de uma pessoa - sobretudo quando não a conheço (bem) - tenho respeito pela pessoa e pela casa, e o mínimo é ser educado, logo, não aceito que se desdobrem em chorrilhos de palavrões.
Como o Bazar Diplomático é a minha casa na blogosfera, as regras aqui são exactamente as mesmas. E como tenho a moderação de comentários activada, quero informar que daqui para a frente vou continuar a não aceitar os comentários ofensivos e que me dispenso de justificar a cada pessoa por que os rejeito, visto que fica a partir de agora uma explicação pública. Note-se que isto não significa, como é óbvio, que as pessoas discordem do que aqui é escrito (como aliás já aconteceu), apenas se apela (imagine-se!!!) a que haja o mínimo de decoro e bom senso!
Bem sei que este post é do mais ridículo que há, mas infelizmente várias me circunstâncias obrigam a isto.

16 comentários:

Gustavo Gouveia disse...

Tahbom Tahbom, com decoro e educação então

António Maria, peço muitas desculpas por não ter refreado os meus modos anteriormente, mas o teu post suscitou uma imensa revolta em mim. Não só por ser um grande admirador do Pedro Nuno e de lhe ter dado o meu apoio inequívoco aquando do congresso que o re-elegeu (bem como ao longo dos dois mandatos), mas por acreditar que a posição tu apresentaste no referido post, é extremamente perigrosa. A sério. E o facto de ter um numero elevado de apoiantes, traduz-se em consequencias negativas para Portugal. É à vossa responsabilidade (e espero que não me acuses de rudeza por o dizer aqui) que aparecem os problemas sociais que referi antes, da gravidez adolescente, da propagação de doenças sexualmente transmissíveis entre os jovens, do abandono escolar... Como também acredito que tu, e eu, reconhecemos os mesmos problemas sem concordarmos com as soluções. So não me fales em facilitismo: queres estar na politica? Então facilitismo é o teu nome do meio. O conceito de politica é seu sinónimo, e o objectivo dos que a praticam é o de fa-ci-li-tar a vida dos demais cidadãos! É de facilitismo que falamos quando apostamos num estado social. É de facilitismo que falamos quando promovemos um sistema de saúde acessível para todos os cidadãos. É de facilitismo que falamos quando permitimos que o ensino seja gratuito permitindo a formação dos jovens portugueses sem distinção! Nós facilitamos o modo de vida das pessoas. Qual era a tua ideia, dificultá-la a fim de tornar os portugueses mais conscientes?
E por modo de vida, falo em qualidade. No século XXI temos o direito de não assumir certas responsabilidades pelos nossos actos, porque já não é preciso! A evolução da tecnologia, a evolução das mentalidades, garantiu que se pudesse viver sem olhar constantemente para as reprecursões e em matéria sexual encontrarás vários exemplos disso. Que equivalem, sem sombra de dúvidas, a um acréscimo na nossa qualidade de vida.
Agora, se me permitirás dizer-to - mas ao que parece também aqui estamos de acordo, acho que chamares desta forma à atenção para o meu linguajar é no minimo ridiculo. Garanto-te que já encontrei blogs de teor politico com intervenções muito mais agressivas (e, digamos... devassas) do que a que eu fiz. O meu proprio blog pessoal foi a certa altura atacado por injurias e insultos às várias instancias da minha familia, abrangendo um sem numero de gerações e tudo porque as pessoas que me pretendiam ofender discordavam das minhas posições.
E por isso, com educação te digo, que, e visto que a tua resposta não contém alternativas que resolvam o problema que aqui se coloca nem consegui entender qual é a raíz dos problemas (será os miudos efectivamente quererem fod... ups, terem sexo?) e como seria esta raíz cortada, cruzo os dedos para que miudos de 15, 16, 17 e 18 anos (fiquei mesmo estupefacto quando li isto! para a tua contagem ser minimamente realista, devia começar nos 12 e acabar nos 15! revelas total ausencia de percepção nesse excerto=X) tenham acesso livre aos meios contraceptivos da praxe como propôs o Pedro Nuno! E que se diga que o estado Português, cada vez mais, facilite a vida dentro dos limites da sua jurisdicção! Porque esse é o nosso objectivo

Muito Obrigado,

Gustavo Gouveia

Leonor disse...

Considero que o maior perigo é confundir-se facilitismo com melhoria da qualidade de vida. Uma vida, se vivida com qualidade ou dignidade, nunca é nem há-de ser fácil, independentemente dos avanços da ciência, da filosofia ou do pensamento das pessoas. “Não há atalhos fáceis para um lugar digno de ser visitado”. As dificuldades são intemporais. Mas é preciso saber viver com elasv- “perder para ganhar”. As dificuldades são fontes de fortalecimento.
A posição do António sobre a distribuição dos preservativos nas escolas, com a qual concordo plenamente, é corajosa e ambiciosa. É certo que os preservativos são uma solução imediata e, por isso, considerada eficaz. Mas a verdadeira solução passa pela educação. Todos os problemas têm solução e o que os torna problemas não é o facto de ser difícil resolvê-los, mas sim de ser difícil resolvê-los bem. Se qualquer solução serve, então é fácil. É a mais rápida, a mais imediata, a que ilude. Por exemplo, quando uma pessoa quer emagrecer, a solução é óbvia – deixar de comer. Claro que quem o faz emagrece mas destroi-se. O problema? Resolvido. Mas a vida? Perdidad. Se se for mudando habitos, “educando” o estômago, aí é preciso esperar pacientemente mas os resultados, embora apareçam mais tarde, serão melhores. Com os preservativos acontece o mesmo. Resolvem, no momento, o problema. Mas é preciso ter coragem e sabedoria para não usar essa solução fácil, confiando numa melhor solução que, ainda que mais lenta e custosa, trará melhores resultados. E não é por acaso que uso o verbo confiar. É que dizer que é preciso educar e não resolver é um risco. Outro exemplo: imaginemos que um rapaz com fome me pede peixe. É um risco negar-lhe o peixe e começar por ensiná-lo a pescar. É que ele pode morrer à fome antes de arranjar o seu peixe. Mas se conseguir aprender, nunca mais terá de pedir. É preciso ter esperança num resultado que não está à vista. Só com confiança na educação se pode ter esta posição. Só com vontade de ir além da mediocridade. O facilitismo vive do “agora” e tudo o que vem facilmente, facilmente vai.

ASL disse...

Mas que a lógica do PS é facilitar já todos percebemos!

Há desemprego? Faz-se grandes obras públicas para darem emprego para uns quantos meses.
Há más notas a matemática? Facilita-se os exames!
Quer-se ter mais pessoas com o 12.º feito? Cria-se as Novas Oportunidades, em que em meia dúzia de meses se aprende aquilo que a maioria das pessoas estuda em 3 anos.
Há muitas reprovações? “Não se pode chumbar tanto os alunos”, afirmou a Ministra. E por aí fora...

A questão é que fazer política não é ir pela via do facilitismo – é tomar as melhores medidas para o País! Seja o caminho mais fácil ou mais difícil! E é lamentável que nem isto seja consensual!

A raiz do problema é a indiferença com que se lida com a mentalidade vigente: fazer sexo com a leveza de quem vai jogar Playstation – porque ninguém me venha tentar convencer que miúdos de 12, 13, 14, etc. fazem sexo fruto de uma decisão ponderada de partilha com a outra pessoa! São crianças e têm a maturidade equivalente!!! Como a Leonor disse, a solução passa pela educação. A Educação Sexual não faz sentido sem uma componente ética por trás! Não se pode chegar ao pé de miúdos e resumir aquilo que se tem a dizer sobre sexo ao acto em si. Sublinho: miúdos! Não estamos a falar de maiores de idade! É que há uma grande questão sobre este assunto: o Estado, com esta proposta, está a limitar a autoridade e a liberdade dos pais, ao decidir, contra a vontade de alguns encarregados de educação, a distribuição de preservativos nas escolas. E a lei nem prevê como, por quem, a quem, como!

Em relação aos miúdos de 15, 16, 17, e 18 anos: eu falei nestas idades não por achar que são só estes que têm relações sexuais mas por serem aqueles que o projecto do PS prevê, uma vez que contempla apenas o secundário.

Parece então que estamos em sintonia quanto ao aborrecido que é ser-se insultado com comentários desagradáveis. Uma vez que dispenso espectáculos de insultos no meu blogue, tomei a liberdade de não os publicar!

Só não sei se entendi bem esta parte: “No século XXI temos o direito de não assumir certas responsabilidades pelos nossos actos, porque já não é preciso! A evolução da tecnologia, a evolução das mentalidades, garantiu que se pudesse viver sem olhar constantemente para as reprecursões e em matéria sexual encontrarás vários exemplos disso. Que equivalem, sem sombra de dúvidas, a um acréscimo na nossa qualidade de vida.”

Gustavo Gouveia disse...

Por Partes:
Leonor, concordo contigo em muito do que disseste. Optar pelas soluções mais complexas, demoradas, e rigorosas tem sido sempre o meu caminho. Mas não me sinto no direito de exigir aos outros que optem da mesma forma que eu optei, pelo contrário! Impôr-lhes a minha escolha e o meu modo de vida é contra os meus principios. Motivo pelo qual não peço a ninguém (embora aconcelhe) a aprender a pescar. Como é contra os meus principios deixar que um semelhante desfaleça subnutrido a meu lado, porque eu me recusei a alimentá-lo. Adiante
Facilitismo É qualidade de vida. Há quinhentos anos atrás se tivesses um acidente de trabalho e perdesses um membro, não receberias qualquer tipo de auxilio financeiro nem uma ajuda médica subsidiada. Há duzentos anos atrás, se não nascesses numa familia abastada não terias acesso a uma educação digna e ficarias limitada à formação que te dessem os teus progenitores. Há quinhentos anos atrás estarias provavelmente condenada a conservar o estatuto sócio-economico daqueles que te criaram, independentemente do teu esforço e qualidade de trabalho de uma vida. No campo sexual e há duzentos anos atrás, teres relações sexuais com um individuo obrigava-te a seres mãe, motivo pelo qual só poderias ter relações quando estivesses pronta para dar à luz. Fa-ci-li-tou-se a vida desde há quinhentos anos atrás. Hoje tens espaço para te preocupares com a tua carreira, coma tua vida em sociedade, com a tua maternidade, com os teus objectivos pessoais acima destas trivialidades, o que não aconteceria há quinhentos anos atrás nem que fosse pelo facto de seres mulher. Foram quinhentos anos de lutas travadas no sentido de que a nossa, a tua vida, fosse facilitada e para mim isto é fazer politica. Achas mesmo que não?
Falei em lutas, em ir mais à frente, em pensar para além da mentalidade limitada imposta por sociedades regidas principios retrógados, a ambição de ultrapassar esses principios a fim de melhorar a vida de todos. Não me parece ambicioso ou corajoso o desejo de manter um status-quo; geralmente são adjectivos que qualificam a actitude contrária. Mas fica também sabendo que eu concordo a 100% contigo, é indispensável uma educação sexual nos jovens, é indispensável que se forneça instrução e acompanhamento nesta matéria aos alunos do ensino básico e secundário. Muito mais importante do que os ditos preservativos, se bem que a proposta do Pedro abrange também esse ponto. Sempre nos batemos pela educação sexual nas escolas, a mesma que o teu amigo António recusou. e não me chegou a explicar porquê.
Por fim não entendi. Apelidaste a solução da distribuição dos preservativos como "fácil" e "ilusória" mas de que forma pretendes tu solucionar a questão de forma absoluta e com melhores resultados ainda que "lenta" e "custosa"?

Gustavo Gouveia disse...

António,
A lógica do PS é facilitar a vida dos portugueses. E por esse motivo eu filiei-me no PS. E mesmo assim discordo contigo, o tempo das grandes obras publicas não foi o do nosso governo mas sim o dos nossos rivais laranjinhas. Mas pronto, também tens a tua razão. Então vamos cá a ver
O que é que achas melhor? Conservar os níveus desemprego ad eternum há espera que se lembre de uma solução? Tens uma solução para o desemprego em Portugal? envia uma carta ao Vieira da Silva! Ou então pensa comigo, suponhamos que és Pai de familia, tens uma formação muito reduzida e tens dois filhos para alimentar. Estás desempregado e a viver do teu belo subsídio, aliás, está a tua familia a subsistir do dito cujo enquanto tu, individuo extremamente humilde, não compreendes de que maneira consegues pôr a comida na mesa para os teus filhos no dia de amanhã. Agora vamos supôr que te aparece um gajo, um ministro, que te diz "vou-te pôr a trabalhar nesta obra, se quiseres, durante 14 meses. Mensalmente vais ganhar X. Só que ao fim dos catorze meses voltarás para o desemprego porque de momento o país não tem possibilidade de te financiar desta forma". Agora vamos supôr que o teu subsidio é Y. e X>>>Y. Ora consequentemente 14X>>>>>14Y, já que 14X-14Y=14(X-Y). Olhas para os teus filhos com fome e ponderas quão bem ficariam aqueles 14(X-Y) investidos na sua vida. O que preferirias mesmo, mandar o ministro para o... pénis?

Gustavo Gouveia disse...

Segundo ponto, não critiques as novas opurtunidades. Foi das coisas mais inteligentes que se fez. Não se trata só de investir na formação individual, mas sim numa formação mais técnica, mais prática e mais especifica! Quem me dera a mim ter ido a tempo, e teria ingressado num curso das Novas Oportunidades. Entraria na faculdade com uma experiencia e conhecimento práticos que seriam incriveis mais valias na licenciatura que frequento. Acredito sinceramente que sejam o futuro da educação, e que dentro de dez anos a educação esteja mais próxima desse conceito e mais afastada do conceito actual, do décimo ano com três cadeiras em que duas são comuns a todos os agrupamentos (absolutamente ridiculo concordarás).
Mas estou de acordo contigo no que toca a matemática. Não discuto esse ponto pois sou da mesma opinião: foi um grave erro técnico do actual governo, apesar de ter sido uma excelente decisão politica. Bem como o que toca à aprovação dos alunos do secundário. Hás-de perceber, claro, o meu comentário.
Vamos agora falar de sexo! Oh meu... quanto a ti não sei, mas eu com 12, 13 e 14 anos queria fazer sexo! Tip... tive de esperar até aos 15 pronto=X mas vamos lá ser sinceros, eu com 14 anos também queria beber e efectivamente bebia, agora, achas mesmo que me vais proibir? Tu António Maria és, suponhamos, primeiro ministro, e agora, achas que tens poder suficiente para dos teus acordãos e leis impedir-me a mim e à leonor, ambos com 14 anos, de termos sexo se nos apetecer?=X
Não vamos por aí meu. Yá, nem toda a gente tem relações sexuais pelos melhores motivos, ou com as melhores razões... mas quem somos eu e tu para decidir quais os motivos certos, quais as razões sensatas para duas pessoas irem pah cama só porque lhes apetece? Em idades... quando eu estava no sexto ano uma colega de que falei ainda há horas teve sexo com o namorado. Eu estava no sexto ano logo ela tinha 11 ou 12 anos. O outro marmanjo tinha 14. E assim foi. Não fiques a pensar que eu concordo com haverem putos que nem sabem resolver equações a pinar que nem loucos! Só prefiro, para bem deles, que o façam sem terem de enfrentar consequencias. Porque se, no teu mandato como primeiro ministro, a minha ex-colega mariana - que já era avantajada na altura e teria condições fisiológicas para - e o meu ex-colega francisco - idem idem aspas aspas - tivessem tido um filho fruto da sua relação, porque tu não fa-ci-li-tas-te que ambos acedessem a um maior numero de informações sobre as relações sexuais e aos meios contraceptivos, e ambos fossem condenados a educá-lo pondo de parte os seus estudos e blablabla blablabla por tua causa, como te sentirias? E se a marianinha aos 11 anos contrair Sida? Achas mesmo que eles não têm direito a fazer o que querem fazer sem pagarem por isso? que espécie de tirano és tu?
O estado nada pode fazer para impedir estes dois jovens (que ainda são umas crianças) de se amarem, nem que seja só fisicamente! Nem tu peças isso, tás a ir por um caminho muito perigroso! O teu papel é dareslhe tudo para a mão, e rezar para que as coisas saiam sem danos de maior para nenhum dos dois?A educação sexual prevê-se com uma componente ética e formativa! Claro que sim!

Gustavo Gouveia disse...

Aliás, o objectivo é mesmo esse, não são aulas de biologia! Trata-se de explicar de forma adequada, entre outros, porque motivo certas coisas se fazem e porque motivo às vezes é melhor esperar mais um tempo. Não me sublinhes que são miudos, eu sei. Mas também sei de miudos que com 14 anos já faziam coisas que tu nem ousas sonhar. A maioridade é estabelecida pelo estado, e portanto nunca seria (e nunca será consensual); é um factor irrelevante para tudo o que não comporte serviços directos do estado. Os Pais? A minha mãe começou-me a falar sobre usar o preservativo quando eu tinha 10 anos, e o meu irmão tinha 7. Da mesma forma que me explicou o que era a droga, e porque motivo nunca devia eu tomá-la. Dois ensinamentos aos quais, todos os dias, eu agradeço por isso. E os Pais deixam de ter um controlo e autoridade absolutos na educação dos filhos a partir do momento em que estes interajem com outras fontes de informação sejam elas colegas, professores, televisão, livros etc. É por isso que aos dez anos já pedem cigarrinhos aos amigos, são expulsos das aulas para se revelarem independentes aos colegas, andam aí aos pinotes a fazer assneiras. De um certo de vista é saudável, e qualquer psicologo te dirá isso. A educação, sexual ou não, virá sempre na ausencia dos Pais, de cada vez que a criança (que todos nós já fomos) sai de casa e convive com o mundo. O que está a ser discutido aqui, no que toca à questao sexual, é se essa educação é acompanhada por um adulto com formação própria na area ou feita de forma avulsa como há várias gerações atrás (e com os prejuízos que tem trazido). Por isso é que considerei a tua posição irresponsável e acho que não estás a compreender o que está aqui a ser posto em causa. Achas mesmo que eles não vão ter educação sexual no pátio da escola com ou sem o consentimento do estado? Por amor de Deus=X
Não percebo o porquê de serem contra a distribuição de preservativos. Volto a dizer, nenhum miudo de 13 ou 14 anos é suficientemente responsável para entender que há uma diferença gigante entre f... fazê-lo com ou sem o preservativo. Eu não era. O que esses encarregados de educação estão a defender é que se calhar preferem serem avós mais cedo... é isso?
O projecto do PS, como todos os projectos do PS e como tem sido hábito do Pedro até agora, é demorado e (creio eu) caminha numa direcção mais ousada. Eu acho que a educação sexual deve começar no 7º ano, 8º no minimo. Aliás nós nessa altura (e até antes) já falavamos de sexo nas aulas de biologia e também nas de desenvolvimento pessoal e social. Com uma forte componente educativa claro está.
Volto-te a pedir desculpa. Tinha estado horas antes com um amigo, da politica, que consegue ser bastante mais grosseiro do que eu; mas ainda que com o vocábulo de um taberneiro, ele consegue ser mais incisivo, expressivo, exacto, concreto e sobretudo realista do que uma boa parte dos excelentes oradores que conheço. Foi com esse espirito que redigi o primeiro comentário, peço-te mais uma vez que aceites as minhas desculpas.

Gustavo Gouveia disse...

Por fim deixa-me que te tente explicar esse paragrafo: acredito profundamente que a evolução da mentalidade humana deu-se no sentido de que no século XXI fosse acessível para todos os cidadãos (infelizmente não são todos, mas pronto, os que vivem ao abrigo das sociedades do chamado "mundo ocidental") uma qualidade de vida que anteriormente não existia, e muito menos era fornecida a todos. Como referi à leonor, há quinhentos anos atrás, podiam haver pessoas que te impedissem não de viver feliz ou de viver realizado ou de viver com direitos mas de viver de todo! porque eras preto, ou porque eras mulher, ou porque eras gay, ou porque detinhas um estatuto social mais baixo, ou porque eras estrangeiro, ou porque tomavas as tuas próprias escolhas, ou porquenão desejavas combater, ou simplesmente porque sim. Nesses quinhentos anos lutámos para que o mundo permitisse que tu estivesses vivo, que em vida usufruísses dos teus direitos e que tomasses as tuas próprias decisões! É disso que esta batalha se trata. Nas palavras de um bom amigo e camarada "agora lutamos para que não seja o mundo a impedir-nos de ser felizes". Por isso agora podemos tomar as nossas decisões sem podermos ser condenados por isso, possuímos a nossa opinião que dizemos alto e bom som e até publicamos na net sem que com isso sejamos alvos de perseguições, podemos amar quem desejarmos sem que com isso sejamos alvo de descriminação. Podemos fo... comer quem nos apetecer e não termos filhos nem sermos condenados a coisa nenhuma, esse foi um direito que conquistámos. É um direito meu. E também é teu.
Essa é a minha politica, e a do meu Partido. Acredito que esta fa-ci-li-da-de de viver conquistada por gerações e gerações e que, abençoadada, seja a melhor forma de estar no mundo. O melhor para o país? O melhor para o país é o que é melhor para o que os portugueses precisam e desejam. Acredito que desejem, como eu, como sempre se desejou, que lhes fa-ci-li-tem a vida. Queres ser tu, António, a determinar o que é o melhor para o país? Népia. É também esse hoje um direito dos Portugueses.
Obrigado mais uma vez e desculpa por me ter alongado
Gugu

ASL disse...

Uma coisa é facilidade de viver; outra é o que eu falei no post e no meu comentário anterior: facilitismo – entre dois caminhos, escolher não o melhor, mas o mais fácil porque é o que apresenta resultados imediatos.

Exemplo disto é o pacote de obras públicas que o Governo lançou que já se sabe que vão hipotecar o País! Claro que é preferível uma pessoa ter um emprego só 14 meses e depois voltar ao desemprego do que estar sempre desempregado! Ninguém duvida disso! A questão é que as propostas feitas pelo Governo (i) são irresponsáveis porque as próximas gerações vão pagar as facturas da megalomanias do senhor Sócrates e (ii) não resolvem o problema do desemprego a médio/longo prazo.

Parece-me óbvio que devolver às empresas todo o dinheiro que o Estado deve e em vez de apostar nas grandes empresas apostar nas PME – que correspondem a mais de 80% do PIB e dos empregados portugueses –, daria margem financeira para diminuir os despedimentos. E o ministro Vieira da Silva não precisa de receber carta nenhuma para ouvir isto. O PSD e o CDS há anos que dizem isto! Só não ouve quem não quer.

Parece-me também óbvio que se os fundos do QREN fossem aproveitados e não tivessem ficado a criar bolor sabe-se lá onde talvez a economia estivesse um bocadinho mais dinâmica.

Ou também me parece óbvio que se o ministro da Agricultura e das Pescas se lembrasse de… tomar alguma medida, por exemplo (coisa que é suposto os políticos fazerem), talvez não houvesse tantos proprietários a despedirem pessoal, ou tantos agricultores e desistir de terras e a condená-las ao fracasso.

Disseste que facilitar os exames (coisa que, segundo a tua lógica, devia ser boa e que os políticos deviam fazer, uma vez que facilita a vida a qualquer um!) “foi um grave erro técnico do actual governo, apesar de ter sido uma excelente decisão politica”! Como é que é possível reconhecer que uma coisa que é objectivamente má para o País, em termos políticos pode ser boa? Mas enganar as pessoas e fazer delas parvas agora é uma coisa oficialmente legítima, boa e aceitável? Que ideia de fazer política é esta? Enfim... ingenuidade minha! Ao fim ao cabo é aquela que se vê há quatro anos! E vivam os rankings e as estatísticas!

Onde é que eu disse que era contra a educação sexual? Não vou acrescentar nada de novo; vou apenas dizer o que já disse por outras palavras: claro que cada um faz o que quer da sua vida, mas se o Estado se sente na obrigação de dar educação sexual – entrando num campo que ultrapassa aquele que até aqui está confinado apenas à família (nos casos em que nela era assunto falado) – não pode falar do assunto esquecendo uma essencial, basilar, estrutural, indispensável e importantíssima componente ética! É simplesmente isto que digo! Admito que muito boa gente não se importe que a Educação Sexual que os seus filhos têm se resuma a sexo e que passe ao de leve a parte moral; mas digas o que disseres, eu é que vou ser o responsável pela educação dos meus filhos e, enquanto eles são menores, serei eu e a minha mulher a decidir se aceitamos para eles uma educação sexual que trate o sexo nos termos em que o programa da educação sexual prevê ou não. Porque se se quer falar de uma matéria que não tem de estar sob a alçada da escola, então que se dê liberdade de escolha aos pais!

Leonor disse...

Ponto prévio, não acabei ainda de ler os comentários mas como estou com problemas no computador, quero só deixar claro que jamais defenderia a E~ducação Sexual nas escolas, por várias razões. Falava de educação moral, que é disso que precisamos. Se puder, venho ainda hoje acabar de ler e responder. Quis só deixar isto claro.

Gustavo Gouveia disse...

É MESMO TÃO TIPICO! Queremos discutir problemas sociais com um gajo de direita, e ao fim de meia duzia de posts já tão a falar em economia=X

Falaste em obras publicas? Quantas auto-estradas foram construídas nos tempos do 'Cavaquistão', algumas com percursos praticamente identicos?
E as dividas? Achas que o estado não paga o que deve às empresas só porque sim, ou porque não pode?

Pois olha que a minha solução era uma aposta fortissima no investimento publico, no sector terciário e nas exportações nacionais! Dinamizar a economia de estado, introduzi-la no mercado e torná-la mais competitiva seria a solução para problemas como o desemprego e a pobreza em Portugal. Mas não posso dizer isto muito alto porque depois me mandam ir pregar pás terras do meu semi-homónimo Guvera, enfim...

Facilitar os exames foi uma táctica politica. Tu entendes porquê! José Sócrates pode dizer, não só aos portugueses, mas sobretudo nos circuitos internacionais que sob alçada o país obteve uma taxa de aprovação e terminus do ensino secundário sem precedentes. E ser-lhe-á dado esse mérito pelos mais ingénuos. Achas que sou a favor? Tens ideia qual foi a média das notas de calculo diferencial um e dois no meu curso este ano? E tudo vindo dos meninos que sacaram 17's e 18's no exame de maths... claro que é ridiculo. Mas não uses isso como exemplo nem mistures isso com o programa "Novas Oportunidades".

Gustavo Gouveia disse...

Agora que falamos de sexo outra vez e após concordar no que toca a termos éticos, e deixando claro que nunca da parte do PS viria uma proposta de educação sexual onde essa componente não fosse (a mais) abordada, deixa que te explique uma coisa: A educação sexual não se resume nem nunca se resumiu àquilo que é discutido dentro das quatro paredes de um lar. Mas é que jamais! E tencionas ter filhos? Então espera que eles cheguem aos 9/10 anos para que entrem em casa com perguntas sobre masturbação, de onde vêm os bebés e o que é que aquelas pessoas fazem despidas no site do redtube (agora que o mitico canal 18 não existe) um pouco como acontecia (seguramente) quando eu e tu tinhamos essa idade. Porque ouviram falar na escola, na natação, porque viram nos morangos com açúcar... E ainda bem, claro. É saudável. Se desejares ardentemente evitá-lo só o conseguirás se mantiveres os teus piquenos em casa até alcançarem a maioridade, sem televisão e sem a bela da internet que não existia (com as velocidades, acessibilidades e conteúdos de hoje) há 10 anos atrás. E controla muito bem o que eles lerem. Só aí serás o responsável unico pela educação dos teus filhos

E não percebo porquê tanta cena em torno disto. Também planeias dar aulas de português e estudos do meio aos teus filhos? Porque, sei lá, podes não vir a concordar sobre as matérias leccionadas na escola que eles frequentam. Mas duvido que o faças, é ilógico, à partida os seus docentes terão uma formação e experiencias nessa area mais sofisticada e completa do que a tua, right? Então e não ponderas por um momento que os "educadores sexuais" sejam psicologos, com especializações que os façam compreender e explicar os assuntos de foro da sexologia humana melhor do que tu consegues? Porque motivo essa matéria não deve estar sob a alçada da escola, se o que se quer de um local de ensino não é que forme estudantes mas sim cidadãos? Achas que a educação que é dada por uma escola ou colégio deve ser limitada aos aspectos técnicos, sem abrangir os humanos?

Cumps

G


PS: Leonor, estou ansioso de conhecer as tuas razões! Kiss

ASL disse...

Mas é claro que falo em economia quando discuto problemas sociais! Estes resolvem-se como? Com os subsídios para isto e para aquilo dados pelo misericordioso Guterres ou com o boost económico dado no tempo do “Cavaquistão”?

Não vou responder a isso das obras públicas porque nos meus comentários anteriores já deixei claro que o problema não está nas obras em si – está nas circunstâncias em que são lançadas, na sua viabilidade, na sua sustentabilidade e na sua dimensão.

Facilitar os exames pode estar no mesmo saco que as Novas Oportunidades – e insisto em pôr estas duas coisas no mesmo saco – porque não premeiam o mérito e a excelência! Será que se premeia o mérito e a excelência enviando para a mesma faculdade duas pessoas – uma que fez o secundário em 3 anos e outra que o fez em 3 meses? Isto é dar o 12.º ano por decreto!

Um último apontamento (e que acho que sintetiza bem aquilo que penso): o ministério da Educação deveria chamar-se ministério da Instrução. Corre actualmente o princípio da crescente desresponsabilização e alheamento da família em relação à educação das crianças. Uma coisa é educação; outra é instrução! Educação/formação é para a família; instrução para a escola! Quando, por uma circunstância extraordinária, a escola se imiscui no plano da educação, como já disse, não é a meu ver aceitável que essa intervenção seja obrigatória a todos os alunos (devendo carecer de decisão dos pais).

Abraço

Gustavo Gouveia disse...

Ah, desculpa! O Boost promovido pelo dinheiro europeu, da mesma Europa onde o sô primeiro d'altura nao queria que Portugal entrasse? Os problemas sociais resolvem-se com mais distribuição, mais acompanhamento, mais ajuda do estado ao cidadão, mais intervenção social. Indubitavelmente

Estou de acordo contigo, o país não precisa obrigatoriamente de obras. Mas solucionará alguns problemas a curto prazo - é o melhor que se pode fazer por agora. A longo prazo a solução é outra.

António, as Novas Oportunidades são a hipótese de ingressares num curso tecnológico que te dá equivalencia ao 12º ano. São 3 anos de uma formação que é diferente do secundário tradicional pois permite-te que, caso pretendas, ingresses no mercado de trabalho com o terminar do curso. Uma formação mais especifica e restricto mas que te confere uma educação mais eficaz e preparativa.
Eu falo-te no meu caso: lingua portuguesa de nada me serviu aprendê-la, como o fiz, durante o secundário. Ou filosofia, ou até psicologia. Tinha trocado de bom grado essas cadeiras por cadeiras técnicas de quimica, de analise de dados, de termodinamica etc. Entrava na faculdade com uma preparação muito mais vantajosa do que a que ganhei com o meu querido secundário. Porque os alunos do primeiro do DQB não sabem fazer uma pipetagem! O 12º ano como está presentemente configurado é uma banhada, e não atribui qualquer tipo de formação técnica. Isto é que é ensino?
O que faz sentido é que quanto mais cedo seleciones uma area para teres o máximo de especialização na mesma, e essa é a nova oportunidade que este plano de estudos te garante! E em termos do ingresso universitário não encontras melhor.

O ministério da Educação tem o nome que é suposto! Durante 14 anos andei num colégio onde durante 6 entrei às 9:30 e saí às 5:30 (8 horas). Nos seguintes 8 entrava às 8 e saía às 5:30/6:00 (até 10 horas). Passei lá fins de semana, férias de verão, oh... onde achas que se deu a minha educação?
E ainda bem que assim foi! Como é suposto ser. A escola é o primeiro sitio onde a criança convive, onde aprende as regras de educação, onde ganha consciencia de si e dos outros. Onde onde debate, onde inicia o processo de aprendizagem social e civica, onde ganha gosto pelas diferentes actividades e aprende a inserir-se numa sociedade! O ensino de uma escola deve muito para além das matérias leccionadas.
E a educação dá-se com ou sem professores, como também saberás!. A unica coisa que estamos aqui a discutir, em relação ao sexo, é se a educação sexual se deve dar (apenas) sob a alçada do pátio do recreio, da rebeldeway e dos demais espaços (fisicos ou não) que o jovem frequenta - incluindo aqueles que frequenta com a familia - ou sob a orientação de, entre outros, um tutor vigente na escola com formação profissional na area. Com todas as mais valias que dessa são fruto!


Abraço

ASL disse...

Parece-me desnecessário continuar uma discussão sobre economia quando partimos para ela com pressupostos diferentes. Para mim, o papel do Estado na economia deve ser apenas de regulador, e a mera distribuição de ajudas aos cidadãos de nada adianta. Veja-se a Venezuela: Chavez distribui tudo e mais alguma coisa que havia para distribuir e com o preço do petróleo a baixar, começa a ver a sua vida complicada uma vez que não tem dinheiro para dar tudo o que prometeu! Obviamente: é preciso criar riqueza, e quem o deve fazer são os privados.

Eu não falava de cursos técnico-profissionais! Falava de pessoas que estudaram até ao 9.º ano e que agora querem ir para a faculdade e que em 3 meses fazem os 3 anos que a maioria das pessoas faz no secundário.
E também no que falas sobre o ensino discordo de ti. Aliás, nós, Portugueses, que tanto nos gostamos de comparar com os europeus, olhemos para o exemplo dos países mais bem sucedidos no campo da educação, onde não há um afunilamento tão grande de conhecimentos, restringindo as pessoas a uma área super específica. A escola não deve formar gente quadrada, que, por exemplo, só perceba de física! CLARO que há Português no secundário para todos! Dás uma importância tão grande à escola e depois aqueles clássicos da literatura Portuguesa não eram ensinados? Realmente, que orgulho e que bom que seria ter um mega especialista em engenharia electrotécnica que nem “Os Maias” conhecesse…

Dizes que “a escola é o sítio onde se aprende as regras de educação.” Tenho muita pena, mas assim não há um mínimo de pontos comuns para se discutir seja o que for sobre o Ensino!

Abraço

Alexandre Poço disse...

"Podemos fo... comer quem nos apetecer e não termos filhos nem sermos condenados a coisa nenhuma, esse foi um direito que conquistámos. É um direito meu. E também é teu.
Essa é a minha politica, e a do meu Partido"

Esta é a ideologia vigente no PS de hoje em dia, ou seja, e extrapolando para um plano que abrange mais do que a educação e do que o papel dos filhos e até mesmo como é referido, "Podemos fo... comer quem nos apetecer", isto simboliza a falta de responsabilidade que existe no cerne do vosso partido. O que é interessa é cowboiada, podemos fazer tudo e depois que se lixe...Indirectamente, referes também provavelmente, a lei do aborto que vossas excelências fizeram questão de alterar.
Dizes que é um direito teu de poder fazer determinados actos, que é a tua ideologia, e que é a do teu partido, e por aí além, em resultado de ser a do partido é também a do Estado (mas não no sentido de Elisa Ferreira que pensa que o Estado é o PS), é a do Estado, pois no momento actual, é a vossa gente que lidera e decide os destinos do Estado...Mas atenção ele não é vosso, e como disse o Sr.Sócrates ha uns tempos, "o povo é quem mais ordena". Assim se prova, a vossa demência e a vossa incompetência com essas palavras de que não acontece nada a ninguém...A culpa morre sozinha, não é?! O António fez questão de lembrar, quando referiu a economia, que é esta que resolve parte dos problemas sociais...E se não concordares com isto, estas a ser um verdadeiro comunista ou "sectário", se preferires. Não ha programa social que não tenha que contemplar um plano económico e estratégico por trás...Mas enfim, percebem-se as confusões, querem ter as pernas nos dois lados da margem, pois para agradar a uns é so Social, Social, Social, captando assim os votos dos mais pavos; e por outro lado, efectuar mas ao de leve grandes modificações no seio da nossa economia. É certo que a política se faz de resultados eleitorais, mas não com gente louca que engana e distorce a realidade em prol de algo, por exemplo, que justificação me dás tu, para que no último ano de legislatura, os funcionários públicos sejam aumentados em 3%, ou seja, acima da inflação?! Eu só encontro uma, AS URNAS!
Cumps a todos!